terça-feira, 31 de julho de 2012

A última das âncoras

Com dor, peço: Construa-se cá dentro, molde-se à confiar na soma. Faz da tua alma meu barco, afoga-me em teu toque, naufraga-me em teus olhos. Derradeiramente, admito: sei que posso sem você. Mas não quero. Vem sem mala, sem medo e sem suposições. Mas não vem pra mim, eu insisto. Vem pra nós.

Contigo, eu dancei. Pra você, eu danço.

Danço. Enquanto você me olha eu timidamente danço e, por dentro, quero. Quero-te em meus braços, entrelaçados aos teus, te provando com beijos o que o meu olhar já grita. E isso é o que mais pulsa em mim: o querer-te. Teu olhar enigmático que a todo tempo pede pra que te invada, que te indague e, gritando, que te traga. Olhar que, na medida em que esconde, quer que eu descubra. Teu beijo entrega, afaga e, com os lábios, abraça. Tuas palavras envolvem, confundem, cortam e fascinam. Tua voz que, ao penetrar em meus ouvidos, como gelo percorre a alma arrepiando cada órgão do corpo. Você. Eu. Nós.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Interruptor de achados

Ele hoje resolveu dormir no escuro. Evaporado foi o medo de não encontrar. Afinal, o que poderia ser procurado se o único sentir que possui não pode ser perdido? Escureceu-se.