segunda-feira, 23 de junho de 2014

Voou

Que teu sorriso se arque
                com ou sem minha presença
Mas que você nunca se esqueça ou despreze
                 quem, primeiramente, ensinou-te a sorrir.

 Em mim,
                  de mim,

Para sempre.

sábado, 14 de junho de 2014

Também

E me brinca e me joga e me puxa e me agarra e segura e me beija e me empurra e me sente.

E me olha e me ri me despreza e se rende e me prende e me tem.

E me morde e aperta e joga e me toca e me faz estremecer entre teus dedos teus lábios teu cheiro tua pele

Inteiro

Enfeitiça

Com os olhos a voz os efeitos cabelo o jeito o sorriso a lágrima o aperto o estar a presença o amor e tudo que é de nós que existe no dolorido espaço tão milimetricamente distante entre isso.

É tenso é instinto é intenso e belo e puro e revolto e cruel e encanto.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

No nada não há não

Aqui te faço
e te faço agora, ontem e amanhã
e em cada momento que minha pele tocar a tua, seja qual dimensão
será.
Aqui.
Agora.

Essa tão tênue linha entre a saudade o toque o riso e o depois
a escuridão do depois
esse que mais ainda assombra os medos e mói sonhos.
Maldito.

E enquanto nossas lágrimas existirem separadamente juntas
simultâneas
cada uma em cada qual solidão
não aqui, mas agora,
faz-se nós.
Nós.
Nós enozados em nossa própria saudade,
aquela que criamos, alimentamos e que quase cresce e toma tudo.

E quando tomar tudo,
destruir tudo
e mergulhar no vazio do escuro que de tão caótico se amansa,
haverá nada.
No nada, meu bem, o que nos impede?
Nós.
Nós enozados em nós.
Tão atados transpassados firmemente entrelaçados,
nós.


terça-feira, 3 de junho de 2014

Desliga esse relógio.

Você me teve. Até agora você me tinha.
E foi cego demais pra perceber que estava em suas mãos mesmo negando. Cego pra perceber que eu não ia deixar você ir embora. Não enxergou que eu te agarraria em meus braços sem deixar que você fosse pra qualquer outro lugar que não a nossa cama.
Você levantou e perguntou e exigiu e não enxergou. Não captou que se tivesse ficado quieto e deixado a minha imaginação fluir, eu manteria o teatro sou-livre-não-preciso-de-você-nem-quero-você-pra-ser-feliz e quando chegasse a hora eu agarraria e não soltaria e seria assim.
Mas você não deixou. Você me obrigou a agir de modo sensato e não deixou eu me perder nos seus cabelos e tardes e noites e silêncio e silenciamos e me-deixa-ficar-aqui-até-perceber-que-eu-não-quero-viver-sem-você.
Mas você remexeu. Você me perdeu.