terça-feira, 28 de setembro de 2010

Socorro, razão!

Sabia do seu sentimento. Sabia de você. Conhecia toda pouca palavra por ti pronunciada e também suas conseqüências. Mesmo assim meu coração passou a pulsar. Minha barriga por dentro nevava. Os sonhos voltaram a ser constantes. Sua imagem parecia ter sido implantada, à força, em minha mente. Provei ingenuidade acreditando na mudança de quem nunca quis mudar, crendo nas palavras de quem nunca quis falar, entregando-me a quem nunca me quis inteiro. Não te culpava: apenas era alvo da minha inquieta angústia pulsante. Não culpava o amor: fiz dele a inconsciente estratégia para poder pulsar. Se culpei a mim? Ah, e tanto. Deixei-me enganar abrindo a porta para a não-reciprocidade, quando essa dizia ser o nobre sentimento.
Somente o que apaziguava todo esse alvoroço interno era a amiga realidade que a todo o momento desmascarava meus sonhos. Seria a escuridão ofuscando meu ar puro? Tudo de novo, nada novo.

2 comentários:

  1. Quando tudo se parece razoável, o reino da razão desmorona. A crença na razão desmorona. O conceito sobre o que é razão desmorona - isso, é claro, quando os sentimentos emergem e os sentidos se confundem.

    A tentativa de explicar diversos fatos pela razão é confundida quando os sentimentos surgem... Faltam-nos palavras. As expressões carecem e, ao mesmo tempo, precisam ser expressas. Mas como? A própria realidade se torna inexistente e, vagarosamente, aceita-se o efeito, efeito de real.

    Beijo, Iulla!

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