segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nós enosados no chão pertencentes à nós enosados no céu

Quando eu entro no teu quarto ou caminho pelo meu e vejo no chão coisas que te tem e ao mesmo tempo são parte de mim, mas que eu não posso simplesmente recolher e levar embora quando você me mandar embora por que são também suas. E nem te devolver, por que são também minhas. E isso é o mais triste. Coisas que se tornaram nossas e não adianta trazer ou devolver, pois não é mais só meu e não é mais só seu. É nosso. E cada vez mais essas coisas crescem e me atormentam, no escuro, no claro e no óbvio, e são camisetas, são casacos, são livros, são CDs, presentes, alguém desconhecido que me esbarra, uma nota fiscal na carteira, um filme aleatório na TV, um cheiro que vem quando eu abro o armário e encontro uma roupa lá no fundo, olhares, sentimentos e dores. São tudo. E é tudo tão nosso que eu nem mais ser sem isso. 

Um comentário:

  1. Quando se deixa de dividir as coisas, não há motivos para se dividir em uma distância.

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