quarta-feira, 16 de novembro de 2016

À sangue



Escrevo que é pra livrar a escravidão
Tirar tudo que boia nas veias e vibrações energéticas e por entre as ideias e no meio do peito
Desenho no papel as letras que te gozam
(e te rasgam)
Te olham
Invadem
Inventam
E com meus olhos te esculpem dentro da minha escravidão
Despida,
Escrevo.

Escrevo o olhar não visto
O grito engolido
A saliva que repousa entre os dentes antes de viajar garganta a dentro levando consigo todas as dores criadas.

Escrevo a tontura do frio na barriga
O embalo da embriaguez pelo toque
A mão que daqui vai sem preocupar-se se de lá vem.


Escrevo que é pra livrar as amarras do corpo
Emaranhar o pensar com o peito
E viver nesse mundo esculpido, universo transcrito e desenhos não ditos.
Escrevo.
À sangue.

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